Nem todas as pessoas se sentem à vontade em piscinas, mesmo quando o ambiente parece agradável, tranquilo ou socialmente aceito. Para muitos, nadar é uma atividade natural, divertida e relaxante. Para outros, porém, a simples ideia de entrar na água causa desconforto físico ou emocional. A psicologia explica que essa sensação não surge sem motivo e costuma estar relacionada a experiências internas que moldam a relação do indivíduo com o espaço aquático. Entender por que alguém evita piscinas ajuda a respeitar limites pessoais e a compreender diferentes formas de lidar com o próprio corpo e com o ambiente ao redor.
A relação emocional com a água
Um dos motivos mais comuns para evitar piscinas é a sensação de vulnerabilidade emocional. A água costuma ser associada à exposição, especialmente porque nadar envolve estar com pouca roupa e, muitas vezes, sob observação de outras pessoas. Para indivíduos mais sensíveis à própria imagem corporal, o ambiente pode ativa pensamentos autocríticos, gerar insegurança ou despertar comparações internas. A mente interpreta a piscina como um espaço de visibilidade intensa, e esse tipo de percepção pode impedir o relaxamento, transformando o momento em algo desconfortável.
Além disso, algumas pessoas associam o ato de nadar a memórias emocionalmente carregadas. Uma experiência constrangedora, um comentário inadequado sobre o corpo ou uma situação inesperada na água podem permanecer registradas como emoções negativas. A partir disso, a pessoa tende a evitar o contexto para se proteger de reviver tais sensações, mesmo anos depois. Esse mecanismo é natural e funciona como uma forma de autopreservação psicológica.

Sensibilidade sensorial e desconforto físico
Outra explicação está relacionada à sensibilidade sensorial. Nem todos se sentem bem com a textura da água, com a mudança de temperatura ou com a pressão que ela exerce sobre o corpo. Em uma piscina, o corpo perde parte da estabilidade habitual, e essa alteração física pode gerar insegurança ou estranhamento. Para aqueles que valorizam ambientes onde possam controlar melhor seus movimentos, a piscina pode parecer imprevisível.
O cheiro do cloro, o barulho ao redor, o contato com superfícies molhadas e a movimentação constante de outras pessoas fazem parte de um ambiente que pode ser sensorialmente intenso. Para quem possui maior sensibilidade auditiva ou tátil, tudo isso se transforma em um conjunto de estímulos difíceis de processar ao mesmo tempo. Assim, evitar nadar pode ser uma estratégia para manter um equilíbrio interno que, fora da água, é mais fácil de preservar.
A sensação de falta de controle
A água modifica a forma como o corpo se comporta, e isso influencia diretamente o sentimento de segurança. Pessoas que não dominam técnicas básicas de nado tendem a experimentar um desconforto natural, pois perder o pé, afundar ou simplesmente boiar pode gerar ansiedade. A falta de controle sobre os próprios movimentos estimula o cérebro a adotar um comportamento de cautela, que muitas vezes se traduz em evitação. Mesmo quem não tem medo explícito de água pode sentir uma preocupação constante com a possibilidade de cometer erros, engolir água ou não conseguir se mover como deseja.
Essa sensação se intensifica quando existe pouca familiaridade com ambientes aquáticos. Enquanto algumas pessoas cresceram nadando e construíram confiança, outras tiveram pouco contato com piscinas e desenvolveram uma relação mais distante, baseada na incerteza. Em situações assim, a escolha de não nadar não é aversão pura, mas proteção diante do desconhecido.

Como a psicologia interpreta essa preferência
Para a psicologia, não gostar de nadar não representa falta de coragem nem resistência a atividades físicas. É, muitas vezes, uma expressão legítima de conforto pessoal. Cada indivíduo possui limites emocionais, sensoriais e corporais próprios, e a piscina reúne elementos que podem ativar esses limites de maneira intensa. Evitar nadar pode significar preservação emocional, busca por bem-estar ou preferência verdadeira por ambientes onde o corpo e a mente se sintam mais estáveis.

