A Netflix tem no catálogo um dos filmes de ficção científica mais fortes e emocionais dos últimos anos. “O Céu da Meia-Noite” é uma produção de 2020 que mistura drama humano, sobrevivência extrema e ciência espacial de forma tão perfeita que, desde o lançamento, entrou direto para a lista dos títulos mais vistos e elogiados da plataforma. Foi nomeado ao Oscar por efeitos visuais e fotografia, e merece cada segundo de atenção.
Do que trata realmente “O Céu da Meia-Noite”
Num futuro próximo, uma catástrofe global misteriosa torna a Terra inabitável. A população desapareceu ou foi evacuada. Só resta um cientista gravemente doente numa base remota no Ártico. A missão dele é desesperada: contactar a única nave espacial que ainda está em missão longa e impedir que a tripulação regresse a um planeta destruído por uma nuvem tóxica que cobre tudo.
O filme alterna entre duas realidades absolutamente opressivas: o silêncio gelado e infinito da base polar – onde cada passo na neve parece o último – e a vida claustrofóbica da nave no espaço profundo, onde cada problema técnico pode ser fatal. A fotografia é brutal: paisagens brancas sem fim contra o negro absoluto do cosmos, com luzes da aurora boreal que parecem fantasmas. A banda sonora é quase inexistente – o som do vento, do gelo a rachar e do silêncio cósmico é o que mais se ouve.
A reviravolta que ninguém vê chegar
Durante quase todo o filme pensas que estás a ver uma história clássica de sobrevivência: uma pessoa sozinha contra o fim do mundo, tentando salvar quem ainda pode ser salvo. Quando finalmente há contacto entre a Terra e a nave, tudo vira do avesso.
A revelação chega como um murro no estômago. O que parecia ser apenas uma mensagem de aviso transforma-se numa verdade devastadora sobre o passado do protagonista, sobre o que realmente aconteceu na Terra e sobre o futuro da própria humanidade. A narrativa deixa de ser linear, a escala explode para o cosmos e as peças encaixam de forma tão perfeita que é impossível não ficar em choque. É daquelas reviravoltas que obrigam a ver o filme outra vez só para perceber todos os detalhes que escaparam na primeira vez – e sim, eles estavam lá desde o início.
Por que este filme é diferente de tudo o que viste
Não é só mais um pós-apocalipse cheio de ação. É um filme sobre culpa, legado, solidão, esperança e o que significa ser o último a saber a verdade. A produção custou 80 milhões de dólares e usou tecnologia de ponta para criar cenas espaciais realistas sem parecerem artificiais. A direção equilibra o silêncio quase insuportável da Terra com a urgência da missão espacial, e as atuações são intensas e contidas – exatamente o que a história exige.
Dura 118 minutos e está disponível em 4K na Netflix. É perfeito para quem gostou de “Gravidade”, “Interstellar” ou “The Martian”, mas procura algo mais emocional e menos técnico. A mensagem final sobre o que deixamos para trás é tão forte que fica na cabeça durante dias. É daqueles filmes que te fazem chorar sem avisar e depois ficar em silêncio durante muito tempo.
Se ainda não viste, aproveita o inverno para uma sessão de sofá com luzes apagadas e som alto. A reviravolta final é daquelas que faz gritar “como é que não vi isto antes?”. Já viste “O Céu da Meia-Noite”? Qual foi o momento que mais te chocou? Conta nos comentários ou marca quem precisa urgentemente desta experiência – vai mudar a forma como essa pessoa vê filmes de ficção científica para sempre!
