A Intel está determinada a sair da crise que a afeta, e o novo CEO, Lip-Bu Tan, não hesita em aproximar-se de concorrentes para forjar alianças estratégicas. A 25 de setembro de 2025, o Wall Street Journal revelou que a Intel contactou a TSMC, líder global na fabricação de semicondutores, para discutir uma possível investimento ou parceria que fortaleça a sua posição. Este artigo, baseado em dados da web e no artigo original, analisa o contexto, as implicações e os desafios desta potencial colaboração, com relevância para os portugueses interessados em tecnologia, como os presentes na Comic Con Portugal ou MEO XL Games.
Contexto: A Crise da Intel e a Liderança da TSMC
A Intel enfrenta dificuldades significativas, com uma perda líquida de 18,8 mil milhões de dólares em 2024, a primeira desde 1986, conforme reportado pela Reuters. A sua divisão de fundição, que fabrica chips para terceiros, registou um prejuízo operacional de 7 mil milhões de dólares, com receitas de apenas 19 mil milhões, segundo a tspasemiconductor. A estratégia IDM 2.0 de Pat Gelsinger, que visava transformar a Intel numa fundição competitiva, enfrentou atrasos tecnológicos e falta de grandes clientes, deixando-a atrás da TSMC, que domina 60% do mercado de fundição global, segundo a Digitimes.
A TSMC, por outro lado, reportou lucros de 35 mil milhões de dólares em 2024 e anunciou um investimento de 100 mil milhões de dólares nos EUA para construir cinco novas fábricas até 2030, conforme a Reuters. A sua expertise em processos avançados, como 3nm e 2nm, e parcerias com gigantes como Nvidia, AMD e Apple, solidificam a sua posição. No entanto, a TSMC negou oficialmente negociações com a Intel sobre uma joint venture, com o CEO C.C. Wei afirmando que a empresa está focada no seu próprio negócio, segundo a Bloomberg.
A Possível Parceria Intel-TSMC
Segundo o Wall Street Journal, a Intel abordou a TSMC para explorar colaborações na manufatura, possivelmente uma joint venture onde a TSMC adquiriria uma participação de 20% nas fábricas da Intel nos EUA, conforme a The Information. A TSMC contribuiria com expertise técnica e formação para os funcionários da Intel, enquanto a Intel manteria controlo maioritário com outros investidores americanos. Esta iniciativa teria sido incentivada pelo governo dos EUA, que adquiriu uma participação de 10% na Intel e pressiona por uma maior produção doméstica de chips, segundo a Reuters.
A Intel já concretizou parcerias com outros rivais, como a Nvidia, que investiu 5 mil milhões de dólares para integrar GPUs em chips Intel para servidores de IA e PCs, conforme a Digitimes. Também há colaborações com a UMC e Tower Semiconductor, que podem servir de modelo, embora integrar os processos da TSMC (diferentes em equipamentos e químicos) seja um desafio técnico, segundo a Reuters.
Implicações para a Intel
Para a Intel, esta parceria é crucial para:
- Acelerar a tecnologia: A expertise da TSMC pode ajudar a Intel a competir em processos avançados como o 18A, que enfrenta testes com clientes como Nvidia e Broadcom, conforme a Reuters.
- Estabilizar finanças: A injeção de capital e redução de custos pode aliviar as perdas da fundição, que tem um valor contábil de 108 mil milhões de dólares, segundo a Reuters.
- Reforçar a posição nos EUA: Com o apoio do CHIPS Act (52 mil milhões de dólares em subsídios), a Intel almeja fortalecer a produção doméstica, essencial em tempos de tensões geopolíticas, conforme a Technology Magazine.
No entanto, há preocupações internas sobre despedimentos (a Intel planeia reduzir 25% da força de trabalho, cerca de 30.000 funcionários) e a possível diluição da identidade tecnológica, segundo a theusaleaders.
Desafios e Contradições
Apesar do entusiasmo, a TSMC negou negociações ativas com a Intel, conforme a CNBC, levantando dúvidas sobre a viabilidade. As diferenças nos processos de fabrico e a proteção de segredos comerciais são obstáculos significativos, segundo a Reuters. Além disso, a TSMC pode hesitar em fortalecer um concorrente direto, especialmente com a Intel a investir no 18A para rivalizar com o 2nm da TSMC, conforme a tspasemiconductor. A pressão do governo Trump e as tarifas sobre importações de semicondutores também complicam a dinâmica, segundo a CNBC.
Impacto no Mercado e em Portugal
O mercado reagiu de forma mista: as ações da Intel subiram 7%, enquanto as da TSMC caíram 6% após as notícias, segundo a Tom’s Hardware. Para os portugueses, esta potencial parceria pode garantir maior disponibilidade de chips para dispositivos como os exibidos na MEO XL Games, além de reforçar a inovação em sectores como IA e gaming. No entanto, o preço elevado dos planos ChatGPT Pro (200€/mês), que poderiam complementar estas tecnologias, é um lembrete de que a inovação tem custos elevados, conforme discutido no contexto do ChatGPT Pulse.
Veredicto: Um Passo Arriscado, Mas Necessário
A aproximação da Intel à TSMC reflete uma estratégia ousada para superar a crise, aproveitando a expertise do líder de mercado. Embora a negação da TSMC e os desafios técnicos levantem incertezas, a parceria, se concretizada, pode redefinir o panorama dos semicondutores. Para os portugueses, ansiosos por tecnologia de ponta em eventos como a Comic Con Portugal, esta colaboração promete inovação, mas o sucesso dependerá da capacidade da Intel de integrar a expertise da TSMC sem comprometer a sua identidade.