Counter-Strike Nexon: a experiência Pay-to-Win da Valve que fracassou

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Há duas décadas, a Valve fez uma parceria com a Nexon para levar o Counter-Strike à cultura dos cibercafés asiáticos, resultando no Counter-Strike Nexon (CSN), um spin-off gratuito lançado em 2008 como Counter-Strike Online. Repleta de zombies, personagens no estilo anime e mecânicas pay-to-win (P2W), esta versão eclética — lançada globalmente em 2014 — teve dificuldades para conquistar fãs fora da Ásia. Com apenas 650 jogadores simultâneos hoje, de acordo com o SteamDB, o declínio do CSN destaca as armadilhas das microtransações descontroladas. Para a comunidade de jogadores de Portugal, isso serve como um alerta sobre o equilíbrio entre monetização e jogabilidade.

Origens na cultura dos cibercafés da Ásia

Em 2008, a Valve, ainda uma estrela em ascensão, licenciou o Counter-Strike Online à Nexon para explorar o mercado em expansão dos cibercafés da Ásia, onde os jogos pagos enfrentavam dificuldades devido às licenças dispendiosas, de acordo com o 3djuegos.com. Construído com o motor GoldSrc, oferecia modos PvP clássicos, como desativação de bombas, juntamente com modos PvE com temática de zombies, inspirados no Infected do Halo, com requisitos de sistema baixos para atrair jogadores casuais. Em 2014, foi lançado no Steam como Counter-Strike Nexon: Zombies, mais tarde renomeado para Counter-Strike Nexon: Studio, visando a Europa, América do Norte e regiões como Turquia e Sudeste Asiático, de acordo com o site cso.fandom.com. Curioso sobre as suas origens? Ele foi feito sob medida para o cenário único de jogos da Ásia. Counter-Strike Nexon: a experiência Pay-to-Win da Valve que fracassou

Uma experiência CS modificada que ficou louca

O CSN combina a jogabilidade nostálgica do Counter-Strike 1.6 com adições peculiares: mais de 30 modos de jogo, incluindo Zombie Classic, Zombie Hero e Studio Mode para mapas personalizados, de acordo com o site steamdb.info. Os jogadores enfrentam zombies com habilidades únicas, empunhando armas como arcos dourados ou pistolas duplas com mira automática, segundo o site 3djuegos.com. O seu modelo gratuito atraiu um pico de 10.000 jogadores no Ocidente e até 500.000 na Ásia, segundo o site yahoo.com, mas o menu caótico, a interface desatualizada e as opções de modo avassaladoras confundiram os novatos. Em Portugal, onde 60% dos jogadores preferem experiências simplificadas, de acordo com o Statista, a complexidade do CSN parece alienante. Já tentou navegar pelos seus menus? É uma relíquia de 2008.

A mecânica de pagar para ganhar acabou com a vibração

O modelo pesado em microtransações do CSN é o seu calcanhar de Aquiles. Armas como pistolas duplas com mira automática ou vantagens de invulnerabilidade dão aos jogadores pagantes uma vantagem enorme, minando o núcleo baseado em habilidade do Counter-Strike, de acordo com o site 3djuegos.com. Os utilizadores do Reddit lamentam a mudança para o P2W após 2013, com um deles dizendo: «É divertido até você enfrentar armas OP pagas», de acordo com o site reddit.com. Em modos como o Infected, onde os humanos dependem de tiros precisos e os zombies de combate corpo a corpo, equipamentos pagos como espingardas de alta capacidade perturbam o equilíbrio, tornando a jogabilidade injusta. A cena de eSports de Portugal, próspera com torneios de CS2, evita o CSN por sua falta de integridade competitiva, segundo o Público. Odeia P2W? O CSN é um exemplo clássico do que não se deve fazer. Counter-Strike Nexon: a experiência Pay-to-Win da Valve que fracassou

Uma comunidade em declínio e oportunidades perdidas

Outrora um sucesso nos cibercafés da Ásia, a base de jogadores do CSN diminuiu, com 650 jogadores simultâneos em todo o mundo e pouca atividade nas redes sociais chinesas, segundo o 3djuegos.com. É difícil encontrar partidas fora dos horários de pico, e o tutorial mal acabado do jogo — um vídeo do YouTube com pop-ups — afasta os novos jogadores. Apesar de elementos divertidos como bunny hopping e PvE cooperativo, o modelo P2W e a falta de atualizações levaram os jogadores para o CS2, que possui 1,5 milhão de jogadores, de acordo com o SteamDB. Em Portugal, onde 70% dos jogadores jogam títulos competitivos, de acordo com o Statista, o foco casual e P2W do CSN parece fora de sintonia. Quer saber por que é um nicho? A monetização afastou os jogadores.

Lições para o cenário dos jogos em Portugal

A história da CSN reflete o erro inicial da Valve em ceder o controlo à Nexon, cuja experiência em P2W — vista em MapleStory — colidiu com a filosofia do Counter-Strike, de acordo com en.wikipedia.org. Para o crescente mercado de jogos de Portugal, avaliado em 400 milhões de euros em 2024, de acordo com o Portugal News, a CSN ressalta a necessidade de uma monetização equilibrada. Os desenvolvedores locais, como os da Miniclip, poderiam aprender com o fracasso da CSN em priorizar a jogabilidade justa em detrimento dos lucros. Enquanto a Valve se concentra no CS2 e a Nexon se volta para projetos Web3 como o Kohai Nexus, de acordo com publicações da X, a CSN continua sendo uma nota de rodapé curiosa. Os jogadores portugueses podem evitar as armadilhas do P2W? O declínio da CSN mostra que a justiça é importante.

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Sou jornalista especializada em ciência e tecnologia, com foco em inovações digitais, internet das coisas e tendências do mundo IT. Acompanho de perto a forma como a tecnologia transforma o nosso quotidiano — desde novas descobertas científicas até soluções práticas que já fazem parte da nossa rotina. Nesta rubrica partilho notícias, análises e reflexões que unem rigor jornalístico e uma linguagem acessível, ajudando a compreender o presente e a preparar-se para o futuro.
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