Apaixonas-te intensamente por alguém que parece perfeito – inteligente, carinhoso, divertido. Mas, ao descobrires que o sentimento é recíproco, o desejo evapora e só queres distância. Em vez de felicidade, surge pânico e vontade de bloquear tudo. Este padrão afeta muitas pessoas e não é defeito de caráter, mas um mecanismo de defesa profundo. A psicologia explica as raízes emocionais e oferece caminhos práticos para superá-lo. Se te identificas, continua a ler – vais entender porquê isso acontece e como abraçar o amor mútuo sem fugir.
As Principais Causas do Fenómeno
1. Apego Inseguro da Infância
O estilo de apego forma-se nos primeiros anos. Pais superprotetores ou emocionalmente distantes criam medo da intimidade. Queres amor, mas associas proximidade a perda de liberdade ou rejeição. Quando a reciprocidade confirma o “perigo”, o instinto é fugir. Reflete: como foi a tua relação com os cuidadores? Notar padrões é o primeiro passo para mudar. Este medo ativa o sistema de alerta, fazendo a conexão parecer ameaça.

2. Expectativas Românticas Irreais
Idealizas o amor como paixão constante, sem rotinas ou conflitos. A reciprocidade traz a vida real – contas, discussões, compromissos – e o “encanto” quebra. A psicologia chama a isto “desilusão pós-lua-de-mel”. Ajusta a visão: amor maduro é parceria diária, não euforia eterna. Conversa abertamente sobre expectativas para alinhar realidades e evitar deceções. Lembra-te: a rotina não mata o amor, fortalece-o.

3. Medo de Rejeição Antecipada
Para evitar a dor de ser abandonado, rejeitas primeiro. É uma defesa contra experiências passadas de perda. A reciprocidade amplifica o risco: “Se me aproximar, vou sofrer”. Trabalha a autoestima: mereces ser amado tal como és. Pratica vulnerabilidade gradual – partilha algo pequeno e observa a resposta positiva. Este exercício constrói confiança e desarma o medo.

4. Medo de Compromisso e Responsabilidade
A reciprocidade exige compromisso, que assusta quem não sabe navegar parcerias. Infância com papéis parentais confusos gera insegurança: “O que se espera de mim?” Define valores e papéis com o parceiro para criar segurança. Autoestima instável reforça dúvidas: “Ele descobrirá quem sou e fugirá”. Aceita imperfeições através de journaling ou terapia – ninguém é perfeito, e isso é humano.

5. Atração pela Incerteza
Alguns adoram a “caça” – o thrill da dúvida e conquista. Quando o sentimento é mútuo, o jogo acaba e o interesse some. Transita o foco: planeia datas criativas, explora interesses comuns. Transforma a excitação da conquista em emoção de construção partilhada. A estabilidade pode ser tão viciante quanto a incerteza, se nutrida.

Como Distinguir Padrão de Incompatibilidade Real
- Padrão: Interesse desaparece sempre na reciprocidade, sem motivo concreto. O parceiro não errou, mas fugiste – e repete-se.
- Incompatibilidade: Há razões claras – comportamentos, valores ou eventos específicos que te afastam.
Questiona: “É medo ou facto?” Reconhecer o ciclo liberta para relações autênticas. Observa padrões repetidos em várias histórias para confirmares.
Passos Práticos para Superar
- Reflete as Causas Escreve: “Porquê fujo quando é mútuo?” Explora infância e experiências. Journaling clarifica sentimentos e revela raízes emocionais. Dedica 10 minutos diários a esta prática.
- Muda a Tática Em vez de bloquear, fica mais tempo. Observa sensações sem agir impulsivamente. Questiona medos: “É real ou imaginação?” Partilha gradualmente para construir confiança. Começa com algo leve, como uma opinião pessoal.
- Procura Ajuda Profissional Terapeuta desvenda raízes profundas com técnicas comprovadas. Terapia cognitivo-comportamental é eficaz contra medos de intimidade. Investe em ti – não é fraqueza, é coragem para relações saudáveis.
O Que Evitar Absolutamente
- Culpa excessiva: Padrões são aprendidos, não definitivos. Não és “quebrado”.
- Mudar parceiros constantemente: O problema repete-se sem mudança interna.
- Forçar relações: Foca no crescimento pessoal primeiro. Relações forçadas magoam ambos.
Abraça o Amor Recíproco com Coragem
Este padrão é superável com reflexão, paciência e apoio. Fica, observa, cresce – o amor real é mais rico que a fantasia inicial. Experimenta um passo hoje: reflete ou partilha algo pequeno. Partilha nos comentários como foi ou como superaste este medo. Inspira outros a viverem intimidade sem pânico e com plenitude!


