A notícia de que o PIF saudita, junto com os fundos Silver Lake e Affinity Partners, comprou a Electronic Arts (EA) por 55 mil milhões de dólares (cerca de 50 mil milhões de euros) abalou o mundo dos videojogos. É a segunda maior aquisição do setor, só atrás da de Activision-Blizzard-King. Mas o que realmente importa não é o valor astronômico – é como vão pagar e o que isso significa para os jogos que amamos. Para os fãs portugueses da Comic Con Portugal e MEO XL Games, este movimento pode mudar o futuro das franquias como FIFA, Battlefield e Dragon Age. Vamos descomplicar isso tudo, com um olhar fresco sobre os impactos.
Como Vai Ser Pago? Dívida e Estratégia
Não é um pagamento à vista – longe disso. Dos 55 mil milhões de dólares, 36 mil milhões são em dinheiro, mas os restantes 20 mil milhões vêm de dívida, financiada por bancos como o JP Morgan, o maior dos EUA. O PIF saudita já detinha 9,9% da EA, e o preço por ação é de 210 dólares, um prémio de 25% sobre os 168 dólares de 25 de setembro de 2025. Mas a dívida não é só um empréstimo: 18 mil milhões devem ser pagos até 2027, quando a operação se fechar.
Isso obriga os novos donos a maximizar lucros rapidamente. Segundo o Financial Times, confiam na inteligência artificial (IA) para “aumentar os benefícios da EA nos próximos anos”. É uma jogada arriscada, mas comum em aquisições assim. Lembra-te da compra da Scopely pelo PIF em 2023? Os jogos ganharam mais microtransações, e até o Pokémon GO sentiu o impacto. Para a EA, isso pode significar mais IA em EA Sports FC para gerar conteúdo, mas também menos risco em novas IPs.
O Impacto nos Videojogos: Recortes e Foco no Lucrativo
O maior medo é o de recortes. Com uma dívida pesada, os donos vão pressionar por retornos rápidos, priorizando jogos que rendem – como as franquias desportivas – e cortando projetos caros. EA Sports FC 26 (anteriormente FIFA) pode ver mais in-app purchases, com o acordo com a FIFA a terminar em 2026, abrindo espaço para negociações mais agressivas. Madden NFL também acaba o contrato com a NFL em 2026, e a liga rejeitou uma oferta baixa da EA, o que pode levar a mais monetização.
Estúdios como BioWare, que lutam desde Mass Effect: Andromeda e Anthem, e o recente Dragon Age: The Veilguard (lançado em 2024 com vendas abaixo do esperado), estão na mira. Iron Man da Motive e Star Wars da Respawn podem ser adiados ou cancelados, enquanto estúdios menores como a Hazelight (de Josef Fares) enfrentam incertezas. Jason Schreier, no X, alertou: “O PIF vai querer maximizar lucros, e isso significa menos risco em novas ideias.”
Para os portugueses na MEO XL Games, isso pode significar menos inovação em Battlefield ou Apex Legends, mas mais foco em FC e Madden. O futuro de Dragon Age e Star Wars é incerto, mas a EA tem um histórico de renascimento, como o de The Sims.
O Papel da IA: Oportunidade ou Ameaça?
Os novos donos apostam na IA para “gerir a dívida”, usando-a para criar conteúdo mais rápido e barato. Em FC 26, a IA já melhora o jogo, mas pode levar a menos trabalho humano, como alertou a The Guardian sobre o uso de IA em King. Para os fãs da Comic Con Portugal, é como ver um cosplay gerado por IA – impressionante, mas sem alma. A EA pode usar IA para narrativas dinâmicas ou mundos gerados proceduralmente, mas o risco é perder a essência criativa.
O Que Esperar?
A compra da EA é um terremoto, mas não o fim do mundo. A dívida força mudanças, mas a EA tem franquias sólidas que podem sustentar o negócio. Para os jogadores portugueses, é hora de aproveitar FC 26 ou Battlefield 6 (10 de outubro) antes de possíveis alterações. Comparado a um gadget como o Meta Quest 3 (519€), os jogos da EA são acessíveis, mas o futuro depende de equilíbrio entre lucro e criatividade. Fica atento – a próxima jogada pode ser épica!