UE planeia eliminar pop-ups irritantes de consentimento de cookies até dezembro

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A Comissão Europeia está prestes a reformular a Diretiva ePrivacy de 2009 (comumente conhecida como Lei dos Cookies), com o objetivo de eliminar os banners intrusivos de consentimento de cookies que frustram os utilizadores da web em toda a UE, incluindo os 7 milhões de utilizadores da Internet de Portugal, de acordo com o Statista. Um documento divulgado em 15 de setembro de 2025, relatado pelo Politico, revela planos para uma regulamentação simplificada a ser proposta em um texto «omnibus» em dezembro de 2025, abordando as 575 milhões de horas que os europeus perdem anualmente com avisos de cookies, de acordo com o Xataka. Veja o que isso significa para Portugal e por que está a gerar debate.

Por que os banners de cookies são um problema

Introduzida em 2009 e reforçada pelo RGPD em 2018, a Diretiva ePrivacy (2009/136/CE) exige que os sites obtenham o consentimento explícito do utilizador antes de armazenar cookies não essenciais, como os de publicidade, segundo o Hipertextual. Embora tenham como objetivo proteger a privacidade, os pop-ups constantes levaram à «fadiga do consentimento», com 80% dos utilizadores a clicar em «Aceitar» sem ler, de acordo com a PuroMarketing. Em Portugal, onde o comércio eletrónico cresceu 12% em 2024, de acordo com o Portugal News, esses banners atrapalham as compras e a navegação online. Alguns sites chegam a usar “cookie walls” ilegais, bloqueando o acesso a menos que os utilizadores concordem ou paguem, de acordo com a AEPD. Irritado com os pop-ups? Não está sozinho. UE planeia eliminar pop-ups irritantes de consentimento de cookies até dezembro

Alterações propostas: consentimento mais simples, menos avisos

O plano da Comissão, que será discutido em dezembro de 2025, inclui duas propostas principais, de acordo com a ADSLZone:

Isenções para cookies essenciais: os sites que utilizam cookies «estritamente necessários» (por exemplo, para logins ou análises básicas) podem ignorar os banners de consentimento, conforme sugerido pela Dinamarca, de acordo com a ElHacker.

Consentimento baseado no navegador: os utilizadores poderiam definir as preferências de cookies uma vez em navegadores como o Chrome ou o Firefox, aplicando-as automaticamente em todos os sites, de acordo com o DiarioEstrategia.

Essas alterações visam equilibrar a privacidade com a experiência do utilizador, alinhando as regras de cookies com o RGPD para reduzir a sobreposição regulatória, de acordo com o Infobae. A AEPD de Portugal já exige opções claras de «rejeição», de acordo com o Guia AEPD 2023, o que poderia simplificar a conformidade para as empresas locais. Cansado de avisos repetitivos? Os navegadores podem resolver isso.

Reações mistas e desafios

A proposta suscitou sentimentos variados. Utilizadores do X como @dhh consideram os banners de cookies «piores do que anúncios pop-up» e pedem a sua remoção completa, enquanto @usgraphics nota o seu crescente incómodo, de acordo com publicações no X. No entanto, os defensores da privacidade alertam contra o afrouxamento das regras, temendo uma redução da transparência, de acordo com o Politico. O setor tecnológico de Portugal, que contribui com 2 mil milhões de euros para o PIB em 2024, de acordo com o Público, depende de cookies publicitários para obter receitas, e os lobbies da indústria podem resistir às mudanças, de acordo com a ADSLZone. Uma tentativa falhada de reforma em 2017 destaca a complexidade, de acordo com a Xataka. Isto simplificará a navegação ou enfraquecerá a privacidade? É controverso. UE planeia eliminar pop-ups irritantes de consentimento de cookies até dezembro

Impacto no panorama digital de Portugal

Para os utilizadores portugueses com 90% de penetração de banda larga, segundo a ANACOM, menos pop-ups poderiam melhorar as experiências online, especialmente para os utilizadores móveis (70% do tráfego), segundo a Statista. As plataformas locais de comércio eletrónico, como a Dott, poderiam beneficiar de uma navegação simplificada, mas as empresas que utilizam anúncios direcionados podem enfrentar opções de exclusão mais rigorosas baseadas no navegador. A Lei dos Mercados Digitais (DMA), em vigor desde 2024, já restringe as práticas de dados das grandes empresas de tecnologia, de acordo com a Cookiebot, pelo que esta reforma poderá alinhar-se com os objetivos mais amplos da UE. A AEPD de Portugal multou empresas em 10 milhões de euros por violações de cookies em 2024, de acordo com o Público, sinalizando uma aplicação rigorosa. Pronto para uma navegação mais suave? Está a chegar, lentamente.

Um passo em direção à simplicidade digital?

A pressão da UE para repensar a Lei dos Cookies de 2009 reflete uma mudança em direção a regras de privacidade fáceis de usar, mas a implementação pode atrasar para além de 2025 devido a obstáculos regulatórios, de acordo com o Burbuja. Os utilizadores portugueses preocupados com a privacidade, com 60% preocupados com o rastreio de dados, segundo o Statista, podem acolher com agrado os controlos baseados no navegador, embora as empresas enfrentem custos de adaptação. Enquanto a Comissão prepara a sua proposta de dezembro, o equilíbrio entre privacidade e usabilidade continua a ser fundamental. A experiência web em Portugal irá melhorar? Fique atento a 2026

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Sou jornalista especializada em ciência e tecnologia, com foco em inovações digitais, internet das coisas e tendências do mundo IT. Acompanho de perto a forma como a tecnologia transforma o nosso quotidiano — desde novas descobertas científicas até soluções práticas que já fazem parte da nossa rotina. Nesta rubrica partilho notícias, análises e reflexões que unem rigor jornalístico e uma linguagem acessível, ajudando a compreender o presente e a preparar-se para o futuro.
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